26.5.09

1. Introdução

"Onde se queimam livros, algum dia também serão queimados seres humanos."
"... wo man Bücher verbrennt, verbrennt man auch am Ende Menschen."
Henrich Heine, Almansor, 1820

O Guia Bibliográfico "Memórias do Holocausto: Ecos do passado", foi contruido como um trabalho final da disciplina Memória, Sociedade e Informação e, procura reunir diferentes referências a fontes de informação sobre o "Holocausto" (Shoah) imposto ao povo judeu e outras minorias contrárias aos ideais nazista, na Segunda Guerra Mundial.

Também conhecido pela expressão Solução Final, o genocídio realizado pelos nazistas marcou de forma incontestável a história de nossa sociedade e até hoje, passados mais de sessenta anos de tal episódio, as atrocidades cometidas são ainda lembradas e tem o poder e chocar crianças, jovens e adultos.

Anterior aisso haviamos pensado no tema "Memória dos mortos", contudo começamos a nos deparar com notícias recentes sobre o Holocausto e apolêmica de sua negação por algumas figuras religiosas, o que nos levou a redefinir nossa temática para o holocausto propriamente dito, ou seja, a memória da morte e o sofrimento de mais de seis milhões de pessoas (judeus, ciganos, testemunhas de Jeová, homossexuais, soviéticos e deficientes mentais e físicos) indesejáveis ao regime nazista.

Assim o grupo propôs a contruir um guia que possa auxiliar futuras pesquisas sobre o Holocausto, trazendo referências de materiais em diversos suportes que abordam tal episódio assustador, pela quantidade de mortes justificadas por um motivo insano e cruel, a eugenia ariana, durante a Segunda Guerra Mundial.

2.Temática

"Aqueles qu8e não conseguem lenbrar o passado estão condenados a repeti-los"
George Santavana

A palavra Holocausto [gr. Holókauston], originalmente, significava "sacrifício pelo fogo". Na Biblia há diversas passagens que se referem ao holocausto no seu sentido etimológico. Como nas passagens abaixo:

"E edificou Noé um altr ao Senhor; e tomou de todo o animal limpo, e de toda a ave limpa, e ofereceu holocaustos sobre o altar" (GÊNESIS 8,20)

"Levantar-se-ão com água as entranhas e as pernas, eo sacerdote queimará tudo sobre o altar. Este é um holocausto, um sacrificio consumido pelo fogo, de odor agradável ao Senhor"(LEVÍTICO 1,9)

O termo holocausto, no século XX, foi utilizado especificamente para se referir a extermínio de milhões de pessoas que faziam parte de grupos considerados indesejados pelo regime nazista de Adolf Hitler nos campos de concentração e extermínio, durante a segunda Guerra Mundial. Durante o holocausto, cerca de seis milhões de judeus foram assassinados para cumprir o que os nazistas chamavam de "solução final"

Na língua judaica, as atrocidades do Holocausto são chamadas de "horrível tragédia de Shoah". è usado por muitos judeus e por um número crescente de cristãos, devido ao desconforto teológico com o significado literal da palavra Holocausto, que tem origem grega e conotação com prática de higienização por incineração; estes grupos acreditam que é teologicamente ofencivo sugerir que os judeus da Europa forma um sacrifício a Deus

Durante o período do III Reich, muitos grupos foram perseguidos e mortos pelos nazistas, tanto os que eram considerados como ameaças ao Partido Alemão como aqueles julgados inferiores à raça ariana. Nos grupos das "ameaças" estavam os militares comunistas, os prisioneiros de guerra russos, membros da elite intelectual e ativistas políticos. Nas "raças inferiores" estavam os judeus, os eslavos, ciganos, homossexuais, testemunhas de jeová, deficientes físicos e mentais. Contudo, no Julgamento de Nuremberg, o termo Holocausto foi usado somente para se referir à morte do 6 milhões de judeus

A origem desse ódio imenso pelos judeus por parte dos alemães tem origem ao longo da história. Desde os tempos bíblicos, os judeus já eram acusados de serem os causadores da morte de Jesus. Na Idade Média, eram vistos como praticantes da usura. Já na Alemanha Nazista, que estava sofrendo toda as consequências da Primeira Guerra Mundial, humilhada e degradada pelos horrores da perda da Grande Guerra, os judeus eram vistos como os principais credores e responsáveis pela decadência dos alemães. Um povo nômade e próspero dentro de uma nação onde a maioria estava decadente, despertou o ódio de muitos assim, condenados por Adolf Hitler, que desde a sua obra Mein Kampf (Minha Luta), deix claro a sua posição anti-semítica, usando como tese principal o "Perigo Judeu", que fal sobre a conspiração dos Judeus para ganhar a liderança na Alemanha.

Atualmente, hé diversos monumentos, como o museu do Holocausto em Jerusalém (Yad Vashem) e obras de vários tipos sobre o Holocausto, tais como livros, filmes e sites, muitos deles mencionados neste Guia, com o intuito de recordar essa passagem histórica da humanidade.

Além disso, a Assembléia Geral da ONU criou o Dia do Holocausto em 27 de janeiro, para homenagear e lembrar os 6 milhões de judeus exterminados e outras vítimas do nazismo derante a Segunda Guerra Munndial. O dia 27 de janeiro foi escolhido por ser a data da libertação, pelo Exército Vermelho, do famoso campo de extermínio nazista, o de Auschwitz-Birkenau, em 1945.

3. Metodologia

O Guia Bibliográfico "Memória do Holocauto: Ecos do passado", teve como metodologia de recolhimento de materiais os mais variados suportes de informção.

Primeiramente, buscou-se a origem da palavra Holocausto, que pode ser encontrada em uma das maiores escrituras religiosas, a Bíblia, bem como pesquisas realizadas no Google parta que se percorresse o contexto histórico do termo no decorrer das décadas e sua aplicação muito bem presenciada pela fortificação do senso adquirido pela sociedade.

Os suportes de informação foram selecionados de acordo com o conhecimento do grupo pela área e as pesquisas foram efetuadas tanto no meio digital e impresso.

No meio digital forma utilizados os termos Holocausto, Solução Final, Campo de Concentração, Extermínio, Anti-Semitismo e Nazismo para a realização das pesquisas.

Os livros selecionados foram localizados através de sites de livrarias como Cultura Saraiva, alem do site de vendas Submarino, e recomendações encontradas em blogs feitos em memória do holocausto. As publicações acadêmicas como artigos, dissertações e teses tiveram uma variação quanto sua origem , de universidades particulares e públicas, sendo coletadas nos portais Capes, Dominio Público e Scielo.

Os filmes e documentários selecionados são de épocas de produção diferentes, constando desde a década de 50 aos dias atuais, com o intuito de mostrar como as memórias e vivências das pessoas que fizeram parte deste acontecimento hitórico, o Holocausto, foram e ainda são trabalhadas.

Os sites e blogs foram localizados através de pesquisas relacionadas num dos maiores buscadores da web: o Google

Outro material que o grupo coloca em foco de criticidade são as hitórias em quadrinhos. Como exemplo disso, temos a HQ "Maus" de Art Spiegelman, com sua riqueza de informações, típico deste suporte informacional que emprega imagens e textos, além de dar espaço para a imaginação do leitor trabalhe durante a leitura.

A descrição de museus, momentos e imagens forma encontradas durnate as pesquisas em sites e blogs dedicados ao Holocausto como pequenos fragmentos das lembranças deste período.

Os poemas do Guia são produções brasileiras, como o consagrado escritor Vinícios de Moraes e o também escritor Primo Levi, que presenciaram tal período e colocaram em suas obras seus sentimentos e criticas. As músicas apresentadas são de duas bandas chamdas, respectivamente, Holocausto, originária da cidade de Belo Horizonte - Minas gerais, e Serial Killer, originária de São Luís - Maranhão, que utilizaram as memórias de tla período paraa criação das letras de suas úsicas como critica às atitudes do nazismo.

4. Materiais - 4.1 Livros


  • AMARAL, Wilson. Meninos da guerra: Guilherme Silberfarb e as crianças do holocausto. Hércules, 2003. 238 p.

  • ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. Companhia das Letras, 1999. 342 p.

  • ARENDT, Hannah. Eichmann and the Holocaust. Penguin UK, 2008. 144 p.

  • BAER, A. El testimonio audiovisual: Imagen y memoria del Holocausto. Centro de Investigaciones Sociológicas: Siglo XXI, 2005.

  • BAUMAN, Zygmunt; PENCHEL, Marcus. Modernidade e Holocausto. Tradução de Marcus Penchel. Jorge Zahar, 1998. 268 p.

  • BLACK, Edwin. IBM e o Holocausto. Campus – BB, 2001. 586 p.

  • BLACK, Edwin. A guerra contra os fracos. Girafa, 2003. 856 p.

  • BOYNE, John. O menino do pijama listrado. Tradução de Augusto Pacheco Calil. Companhia das Letras, 2007. 192 p.

  • CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. Holocausto: crime contra a humanidade. Ática, 2000. 96 p.

  • D’ALESSIO, Márcia Mansor; CAPELATO, Maria Helena Rolim. Nazismo: política, cultura e holocausto. São Paulo: Saraiva, 2004, v. 1. 128 p.

  • DWORK, Deborah; PELT, Robert Jan Van. Holocausto: uma história. 2 ed. Imago, 2004. 549 p.

  • EISENSTEIN, Bernice. Eu, filha de sobreviventes do holocausto. Novo Conceito, 2007. 200 p.

  • FINCHELSTEIN, F. Os alemanes, el Holocausto y la culpa colectiva: El debate Goldhagen. Eudeba, 1998.

  • FINKELSTEIN , Norman G. A Indústria do Holocausto: reflexões sobre a exploração do sofrimento dos judeus. Record, 2001. 160 p.

  • FRANK, Anne. O diário de Anne Frank. Tradução de Alves Calado. Record, 2001. 350 p.

  • GILBERT, Martin. A noite de cristal: a primeira explosão de ódio nazista contra os judeus. Ediouro, 2006. 336 p.

  • GOLDHAGEN, D. J.; ROIZMAN, L. S. Os carrascos voluntários de Hitler: o povo alemão e o holocausto. Companhia das Letras, 2002.

  • GREEN, Gerald. Holocausto. Bertrand, 1979. 385 p.

  • GUTMAN, Israel. Resistência: o levante do Gueto de Varsóvia. Imago, 1995. 238 p.

  • GUTMAN, Yisrael; BERENBAUM, Michael. Anatomy of the Auschwitz death camp. Indiana Univ Pr, 1994.

  • HILBERG, Raul. The destruction of the european jews. Yale University Pres, 2003.

  • KLUGER, Ruth. Paisagens da memória: autobiografia de uma sobrevivente do Holocausto. 34, 2005. 256 p.

  • KENEALLY, Thomas. Um Herói do Holocausto: A Lista de Schindler. Rio de Janeiro: Record, 1983.

  • KLÜGER, Ruth. Paisagens da Memória. Autobiografia de uma sobrevivente do Holocausto, trad. Irene Aron, S.Paulo: Editora 34, 2005.

  • KUSTIN, S. A vida e a luta de uma sobrevivente do Holocausto. Associação Editorial Humanitas, 2005.

  • LANZMANN, C.; MACHADO, M. L. Shoah: vozes e faces do holocausto. Brasiliense, 1987.

  • LEVI, Primo. É isto um homem? . 2 ed. Rocco, 1988. 176 p.

  • LEWIN, H.; KUPERMAN, D. Judaísmo: memória e identidade. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 1997.

  • MARRUS, Michael R. A assustadora história do holocausto. Prestígio, 2003. 436 p.

  • MAUTNER, Jorge. O filho do Holocausto: memórias (1941 a 1958). Agir, 2006. 208 p.

  • MENDELSOHN, Daniel. Os Desaparecidos: a procura de 6 em 6 milhões de vítimas do holocausto. Casa da Palavra, 2008. 512 p.

  • MIKHMAN, D.; VAITS, Y. El holocausto: Un estudio histórico. Universidad Abierta de Israel, 1987.

  • MOORE JR, Barrington. O sentido de injustiça. In: MOORE JR, Barrington. Injustiça: as Bases Sociais da Obediência e da Revolta. Brasiliense, 1987. p. 101-118.

  • MORAIS, Fernando. Olga. 13 ed. Companhia das Letras: 1993. 314 p.

  • MÜLLER-HILL, Benno. Ciência assassina. Xenon, 1993. 179 p.

  • PIMENTEL, I. F.; HEINRICH, C. Judeus em Portugal durante a II Guerra Mundial: em fuga de Hitler e do Holocausto. Esfera dos Livros, 2006.

  • POWELL, J. J. Abortion, the Silent Holocaust. Thomas More Pr., 1981.

  • PRESSAC, Jean-Claude. Os crematórios de Auschwitz: a maquinária do assassínio em massa. Tradução de Antônio Moreira. 2 ed. Lisboa: Notícias, 1999. 223 p.

  • RHODES, Richard. Mestres da Morte: a invenção do Holocausto pela SS Nazista. Jorge Zahar, 2003. 350 p.

  • RIGG, Bryan Mark. Os soldados judeus de Hitler. Imago, 2003. 460 p.

  • ROSEMAN, Mark. Os nazistas e a solução final: conspiração de Wannsee. Jorge Zahar, 2003. 168 p.

  • ROZENBERG, Samuel. Codinome Paul Allain: memórias de um sobrevivente do holocausto. Espaço e Tempo, 2004. 101 p.

  • RUTHERFORD, Ward. Genocídio. Renes, 1976. 160 p.

  • SILVA, Daniel. Morte em Viena. Bertrand, 2006.

  • VIDAL, César. El holocausto. Madrid: Alianza Editorial, 2004. 315 p.

  • ZUSAK, Markus. A menina que roubava livros. Intrínseca, 2007. 500 p.

  • WISTRICH, Robert S. Hitler e o Holocausto. Objetiva, 2002. 420 p.


4.2 Livros eletrônicos


  • BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Holocausto. Disponível em:

<http://books.google.com/books?hl=pt- BR&lr=&id=Og6umwN5xwEC&oi=fnd&pg=PA9&dq=%EF%80%A6%09Zyg munt+Bauman.+Modernidade+e+Holocausto.&ots=qdhc1mnVD4&sig=_FLV v3_Yu7TYjfEJMUxWI6IEuXM#PPP1,M1>. Acesso em> 11 abr. 2009.

  • BOSI, Ecléa. Dossiê Memória do Holocausto. Disponível em:

<http://www.4shared.com/file/46986089/3571cecc/Ecla_Bosi_- _DOSSI_MEMORIA__Holocausto_.html>.Acesso em: 11 abr. 2009.

  • CASTAN, S. E. Holocausto, Judeu ou Alemão?: nos bastidores da mentira do século. Disponível em:

<http://www.4shared.com/file/65511433/a591d196/livro_-_holocausto_- _judeu_ou_alemo.html>. Acesso em: 11 abr. 2009.

  • FINKELSTEIN, Norman G. A Indústria do Holocausto: reflexões sobre a exploração do sofrimento dos judeus. Disponível em:

<http://4shared.com/file/23301810/b17eaa7/A_Indstria_do_Holocausto_- _Norman_G_Finkelstein.html>. Acesso em: 11 abr. 2009.

  • GREEN, Gerald. Holocausto. Disponível em:

<http://www.4shared.com/file/22952625/877768ad/Gerald_Green_- _Holocausto__doc___rev_.html>. Acesso em: 11 abr. 2009.

4.3 Artigos



  • CALDAS, Pedro Spinola Pereira. A ambigüidade do silêncio: o Holocausto como problema teórico. Anos 90, Porto Alegre, n. 15, 2001/2002. p. 121-141.

  • ________________. O universo concentracionário nazista de 1933 a 1945 e a implementação da “Solução Final da Questão Judaica”, 1941-1945. 2008. Disponível em: <http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br/node/1605>. Acesso dia 11 de Maio de 2009.


  • FAINGOLD, Reuven. O Holocausto e a Negação do Holocausto. Editora Sêfer, São Paulo, 1999. Disponível em: . Acesso em: 24 maio 2009.

4.4 Material seriado

  • GUINSBURG, Jacó (org). Holocausto. Análise Shalom nº 3. São Paulo, Editora Shalom, jan. 1979.
  • CROCI, Pascal. Auschwitz. Norma Editorial, abr. 2004.
  • PAK, Greg. X-Man: Magneto testament. Marvel Comics, 2008.
  • SPIEGELMAN, Art. Maus: a história de um sobrevivente. Companhia das Letras, 2005.
  • HEVEL, Eric. A busca (Die Suche). Centro Anne Frank, 2004.
  • MOORE, Allan. V de Vingança.